Depois de muitos impasses, o texto da reforma da Previdência foi aprovado na última quinta-feira (4) na Comissão Especial. Agora, ele segue para a última fase de tramitação na Câmara, onde será julgado em dois turnos no plenário.
O presidente da Comissão Especial que analisou a reforma, deputado Marcelo Ramos, falou ao Jornal da Manhã nesta sexta-feira (5) sobre possíveis destaques que ainda poderão ser apresentados e as expectativas para votação em plenário antes do recesso legislativo que se inicia no dia 18 de julho.
Marcelo Ramos não tem dúvidas de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vai se esforçar para que a votação em plenário ocorra antes do recesso
Foto: André Amazonas
Para Marcelo Ramos, haverá um grande esforço do presidente da Casa, Rodrigo Maia, de seguir com a votação ainda no primeiro semestre. “Há uma série de possibilidades de obstruções que são bem mais complicadas porque, diferente da Comissão, temos 513 deputados e quórum de 308. Mas acredito que demos um passo fundamental nesse sentido.”
Aposentadoria para policiais
Sobre as possíveis mudanças a respeito da aposentadoria dos policiais, Ramos considera a situação “bem resolvida.” Ele completa: “o caso da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal me pareceu muito mais uma atitude de intransigência dos líderes associativos dessas corporações do que uma proposta justa para a categoria.”
De acordo com o presidente da Comissão, foi apresentada à PF e PRF uma proposta em que a idade para aposentadoria seria 53 anos para homem e 52 anos para mulher, com transição de 100%, que foi recusada. “Estamos pedindo para um trabalhador comum, que ganha um salário-mínimo, trabalhe ate 65 anos. Não é razoável a categoria não querer trabalhar até 53 anos.”
Na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro declarou que o Governo errou em não considerar regras diferentes para a categoria. A respeito disso, Ramos declarou que “acha que a manifestação do presidente é questionável porém coerente com a trajetória no parlamento. Toda vez que ele é confrontado, ele sempre tende a ceder para o populismo.”
Votação no primeiro semestre
Após a votação que ultrapassou a madrugada, Marcelo Ramos declarou que ficou na Câmara para assinar as atas e relatórios para serem entregues ainda nesta sexta-feira ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
“Após a entrega, a data da votação em plenário foge do meu controle. Eu acredito que seria muito importante para o país votar no plenário antes do recesso, mas não tenho dúvidas do desastre que seria não votar na Comissão antes do dia 18 de julho.”